fonte: FAPERJ
Diante de um auditório lotado e em clima de bastante otimismo, foi aberto nesta quarta-feira, 29 de agosto, o 56º Congresso Científico do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Hupe/Uerj). O tema central escolhido para esta edição do congresso é “Atenção ao paciente gravemente enfermo: conhecimento e tecnologia aliados ao cuidado”. Com 670 congressistas inscritos e cerca de 200 trabalhos selecionados, as atividades tiveram início na terça-feira (28/8), com cursos pré-congresso. O congresso se estende até esta sexta-feira. A FAPERJ esteve representada na mesa de abertura da cerimônia por sua diretora Científica, Eliete Bouskela, Professora Titular da Uerj e Coordenadora Adjunta do curso de Pós-graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental na mesma universidade.
Ao abrir a solenidade, o reitor da Uerj e ex-presidente da FAPERJ, Ruy Garcia Marques, enviou uma mensagem de otimismo aos presentes, reafirmando sua confiança de que a universidade caminha para superar os problemas enfrentados ao longo dos últimos dois anos. “Quero crer que estamos retomando o caminho da normalidade, a partir da regularização do pagamento de salários e bolsas, e do aumento da frequência do pagamento das nossas empresas contratadas e de nossas despesas de consumo. Uma situação, portanto, muito melhor do que a do ano de 2016, e, sobretudo, 2017″, disse. Depois de repetidas dificuldades para garantir o cumprimento do calendário acadêmico, vamos iniciar, na primeira quinzena de setembro, o segundo semestre de 2018, e, em fevereiro de 2019, retornaremos à normalidade com o início do ano acadêmico aqui na Uerj. Uma normalidade de que precisamos para crescer, para continuarmos fortalecendo a universidade, que, apesar dos problemas enfrentados, permanece entre as 10 melhores do País”.
O diretor do Centro Biomédico da Uerj, Mario Sérgio Carneiro, parabenizou a todos que participaram da organização do congresso e afirmou que o evento reunia todas as condições para ser “tão brilhante ou mais” do que edições passadas, nos muitos anos em que vem sendo realizado. “Mas não podemos esquecer a situação que o Hupe, a universidade, seus funcionários e seus alunos passaram nos últimos dois anos, e que resultou em perdas muito grandes de profissionais e alunos. Precisamos recuperar isso e teremos um trabalho intenso pela frente para resgatar o que perdemos, para continuar formando profissionais, que é a grande vocação desse hospital”, disse.
Já o diretor-geral do Hupe, Edmar José Alves dos Santos, que falou em seguida, destacou igualmente o empenho da comissão organizadora, ressaltando a participação mais efetiva dos estudantes no planejamento e na realização do congresso nos últimos dois anos. “Passamos dois anos muito difíceis e agora é o momento de sinalizarmos a virada desse processo. Estamos promovendo a reestruturação física de todo o nosso hospital. Até o fim deste ano, serão incorporados R$ 32 milhões em equipamentos, incluindo a inauguração, na semana próxima, de uma sala híbrida [salas cirúrgicas dotadas com equipamentos avançados de imagens] que será a primeira dentro de um hospital universitário no estado”, adiantou. “Essas mudanças tecnológicas, com os avanços da robótica e da inovação, são boas e nos animam muito”.
A diretora Científica da FAPERJ, convidada a fazer uso da palavra, lembrou de sua trajetória de mais de 40 anos na Uerj e se disse feliz de poder mais uma vez participar da abertura de um Congresso Científico do Hupe. Eliete Bouskela afirmou que também acredita em dias melhores, tanto para a universidade, como para a FAPERJ, com a retomada de sua capacidade de fomento à pesquisa nas instituições sediadas no estado do Rio de Janeiro. “Quem tem mais idade sabe que as crises são cíclicas, e que há momentos ruins e períodos melhores. Lembro que é a primeira vez que a FAPERJ tem, na Diretoria Científica, alguém da Uerj, e, como professora dessa universidade, quero dizer que tanto aqui como na FAPERJ, vocês podem contar conosco”, disse. “Nesse período de poucos recursos para a pesquisa e para a universidade, estávamos preocupados não só com a evasão de alunos da Uerj, mas também com a fuga de cérebros do estado do Rio de Janeiro, que estão indo para outros estados e também para outros países. Isso é uma coisa que precisamos estancar imediatamente porque a formação de recursos humanos é a coisa mais importante que nós, professores universitários, temos como missão. Demoramos anos para formar esses recursos humanos e se eles não acreditarem na instituição a que pertencem, nenhuma delas será capaz de superar os obstáculos em momentos como esse que atravessamos. Só conseguiremos vencer essas dificuldades com a contribuição de todos, docentes, discentes e técnicos-administrativos”, completou.
Presidente da Comissão Organizadora do congresso e chefe do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hupe, além de professor da disciplina de Tratamento Intensivo da Faculdade de Ciências Médicas (FCM/Uerj), Sérgio da Cunha disse que havia recebido com muita alegria o convite do professor Edmar para dirigir o congresso. “A principal missão do Hupe é formar profissionais qualificados nas diversas áreas da saúde, preparados para atender às demandas da população”, falou. “O tema escolhido é a atenção ao paciente gravemente enfermo. Atender adequadamente quando é grande o risco de morte, exige adequação de esforços e eficiência, com envolvimento multiprofissional”, prosseguiu. Ele destacou que a comissão organizadora conta com a presença de todas as categorias profissionais das áreas de saúde que atuam na instituição e com representantes de todas as unidades intensivas. São 87 pessoas – só a comissão científica reúne 43 delas – ligadas à organização do congresso. “Organizamos esse congresso animados com os claros sinais de recuperação da instituição de sua mais grave crise. Ainda temos muito a recuperar, mas já sentimos as mudanças positivas”, disse. O congresso, de acordo com Cunha, recebeu 670 inscrições e, durante os três dias de congresso, terá 42 atividades científicas, entre palestras e mesas-redondas, uma média de 14 atividades por dia de congresso, com a participação de profissionais da Uerj e de instituições de saúde pública e privadas de nossa cidade. Ele contou ainda que 200 trabalhos científicos foram selecionados para apresentação e que os doze melhores serão apresentados de forma oral e concorrerão a prêmios.
Pouco antes do fim da cerimônia, foram homenageados três profissionais que se destacaram na área de Terapia Intensiva no Hupe ao longo dos anos: os professores Hélio Ribeiro de Siqueira, José Luís Muniz Bandeira Duarte e Elizabeth Maria Pini Leitão.
No encerramento, o reitor da Uerj exaltou as boas notícias trazidas instantes antes pelo diretor-geral do Hupe, e também pela diretora Científica da FAPERJ, que, segundo ele, “tal qual a Uerj e o Hupe, a FAPERJ também começa a retomar o caminho da normalidade”, disse, antes de encerrar a solenidade.
Também participaram da mesa de abertura a Defensora Pública Raphaela Jahara e o representante do Centro Acadêmico Sir Alexander Fleming (Casaf/Uerj), Paulo Roberto Pedrosa.